Voraz




Voraz

Autor Desconhecido

Ah, quando na noite eu lhe encontrar
E os desejos mais secretos logo irão se revelar...
e pra início de conversa quero de ti um beijo ousado!
Te sentir,tal qual uma onça voraz, na parede acuar ...
em teus cabelos quero me emaranhar...
o território do teu corpo desvendar eu vou
e demarcar com meus beijos cada curva que encontrar.
Degustar a tua pele e teu cheiro ...
os teus gemidos felinos eu não pretendo abafar...
quero rasgar a tua roupa e encostar em teu corpo ...
sentir você gemer , tremer e arrepiar...
quero mesmo é te ver aflita e pedindo pra eu não parar.
Pedindo pra em meu corpo cavalgar...
subir e descer vales e montanhas sem pressa de voltar.
Ah, doce mulher-felina ...vem fantasiar...
deixa eu descobrir onde se esconde esse desejo que me faz delirar...
Ah, e quando eu a encontrar....você pode se preparar

Amor


Amor nas estrelas

Leandro

Não são só as estrelas que me fazem sonhar,
Você também, me enlouquece com seu jeito tão sensual.
Encantado por sua beleza. Quero que você olhe nos meus olhos.
Pois não sou mais eu que estou em meu corpo.
Minha alma foi tragada por sua beleza.
Ah! Seus olhos.
São neles que vejo minha alma vagando no infinito,
Procurando o seu amor por mim.
Quando ela o encontrar, não verei mais nada.
Pois quando se beija, se esquece da vida.

Poema

Poema

Natália Correa

De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.

Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.

Dizer-te


O QUE QUERO DIZER-TE (CARTA DE MAREAR) 

 

© 2006 Alexandra* ~ OneLight*®

 

Quero dizer-te, meu amor
que ando longe.
Longe de mim, não sei por onde.
Que há aqui, meu amor
não sei onde, uma
simplista neblina, um pó
de insulação no horizonte
complicado dos meus olhos
que sei habitados. Que sim
meu amor, que aqui
não sei onde, sei isso, que
não vejo. Mas ouço, meu amor
como o som distante, muito
distante, de passos e vozes
de amarras invisíveis
roçando invisíveis
costados de barcos encostados
a desembarcadouros onde –
não sei onde, meu amor –
há muito não há embarques.

Quero dizer-te, meu amor
que continuo a brincar com
palavras, aqui, não sei onde
como as sombras das velas brincam
com as sombras do vaivém
que nem vai nem vem
da água, nos silêncios do vento.
E quero dizer-te, meu amor
que aqui, não sei onde
sei que amar-te é rumo.
Rumo que sei sempre
mesmo se ando não sei
por onde, longe de mim.
Brincando, nos silêncios
do vento nas velas, com
as sombras da água no vaivém
que vem e vai, das palavras.
Que quero, sei que quero
dizer-te, meu amor.
Quando chegar.

Mulher

Mulher, feito as de Atenas

Maria Quitéria

Eu o espero nas noites da vida
fico nua, cheirosa e me toco
- espero o meu soldado da lida -
e pelos meus dedos preparo o foco

eu o chamo baixinho, sussurro seu nome
e meus dedos se movimentam melados
eles aquecem o prato do guerreiro em fome
e sua comida fica em tons avermelhados

quando ele chega, cansado e querendo
a refeição que o faça esquecer a batalha
encontra o alimento aquecido em oferendo
e tira a sua roupa e a dura mortalha
abocanha, faminto, as carnes quentes
esfrega o rosto, sente o cheiro do alimento
como um animal desesperado, mete os dentes
e mastiga com o corpo todo em movimento
eu, sua refeição, a carne tenra que o sacia
fico de quatro, feito uma mesa torta
e sua espada corta a carne que o vicia
e ele se farta da guloseima que o conforta
que o faz esquecer as lutas do dia-a-dia;
come, se lambuza, se satisfaz da comida acesa
no corpo da guerreira com seu sal de magia,
e descansa com um doce beijo de sobremesa...

Amor


Amor perfeito [amor]


© 2006 Alexandra* ~ OneLight*®

virtudes, falhas.
és perfeito. amo-te.
amo-me. sou perfeita.
falhas, virtudes.
amas-me.
perfeitos, amas-te.
amas-nos.
amo-nos.

és a minha casa.
habitas-me
em cada recanto.
recôndito
abres-te, porta
a porta, habito
os recantos onde entras.
os teus lábios abrem
portas nas minhas
coxas
entro pelas minhas
mãos
nos quadris, os teus.
habitamo-nos.

o tempo. fechamos-lhe
janelas. desobstruímos
de caixilhos
de vidros
o infinito, o ar.
sem janelas
inspiro-te.
plena, sopras-me.
alento, o tempo.
respiramo-nos.

amas-te.
amo-me.

amamo-nos.

perfeito.

Habitante


Habitante

Ludimila Muxagata

Decifra meus poros
Meus pólos, meus medos
Recolhe meus gritos,
Soluços, silêncios
E então
Conhecendo meus abismos
E demônios
Me habita por inteiro

Folha

Tu eras também uma pequena folha

Pablo Neruda

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali..
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.