Cisne


O cisne negro

Kilhwych(tradução Mário Faccioni)

Desde antes de anoitecer
dois olhos ardentes como chamas
cravam em mim e me penetram.

Em um instante ninhas entranhas
viram brasa em uma violenta fogueira
e transforma meu sangue en uma torrente de lava incandecente.
Vergonha, embriaguez, incesto,
odio, ceus, suicidio, destruição e morte
se levantam qual labaredas pretas
de furioso incendio que a tudo em seu redor devasta.

Negro cisne de espléndida beleza,
capulo noturno que reinventas
nas sinistras petalás de desejos inconfessados,
és o momento, minha doçura e meu tormento
enganoso impostor que exacerbas
a loucura de minha erótica paixão.

Posto a máscara
que a mim mesmo ocultava,
e vencido pelo peso do desepero,
me imolo no altar do meu proprio leito
de onde toda a vida humana
tem seu começo
e leva a seu fim.

Liberado de sua crisálida seda,
repousa o menino finalmente,
aconchegado docemente nos braços vigorosos
de seu amado cisne branco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário