Tardes

As tardes...e esquecimentos...

Malatusta(Tradução Mário Faccioni)

Com o olhar eterno
se olham os corpos
na tarde...
presentes
em infinita concretude...
não recordam do frio
que os toma de súbto
irremediável...

Ah!...os corpos...
os braços
os abraços...
trás o fogo de suas mãos
assiste uma maldita sombra
não a recordam(a esquecem...)
por baixo a pele assiste
escondida
cega...
ignoram que com ela tremem
e ela os cercará...
Transcorre a tarde e esquecemos...

Esquecer do corpo pálido
que é desmerecedor do sonho
que em cada porto de vida. . .
ficam fiéis e inconstante. . .
instantâneo às formas. . .
para a pele. . .
para o sangue que flui
veloz se espalhando. . .

Ah!...os corpos
estendidos
submetidos a infinita
concretude...
calmos...plenos...felizes...

Então és um surgir de jovens transpirantes fragrantes...
instintivos...
desejosos de vitoria...
de mulheres doces
oferendas plácidas
estendidos se falam...
se mentem com aquelas verdades
que seus corpos
tremem em desejo
com o desejo de seus corpos...
se falam com bocas abertas apertadas
antes disgregadas...
os corpos na tarde
estendidos se falam
se mentem...
no olhar
se olham
um olhar eterno
esquecem...

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