Corpo

Teu corpo, minha ilha

Lia DeMer(Tradução Mário Faccioni)

Sobrevôo a ilha de teu corpo
quando tranqüila e nua dormes,
no verão da sombra de minha rochas
onde a luz passa suave e cálida,
como uma cortina de cores tênues.

Te observo como ilha aí perdida
tua silhueta de gata preguiçosa
e observo teus vales e colinas colocadas
como uma terra de forma caprichosa.

Percorro teus caminhos vigiados
descubro o ponto que bate em tua garganta,
olho de tua nuca o suave vale claro
e o rítmico sobe e desce de teu peito.

Nas montanhas desse bater me detenho,
nos morenos mamilos eriçados
que desejo morder muito lentamente,
notando seu sabor açucarado.

Vejo em teu cabelo a selva misteriosa
onde me perco entre teus aromas,
e ao sair deslizo por tuas costas
até uma duna redonda e poderosa.

Me arrasto sobre tuas coxas e quadril
descendo as encostas perfumadas,
caindo em um oásis de palmeiras
entro em lugares não explorados.

Minhas mãos como gaivotas sobrevoam
o dourado deserto de teu ventre,
e tuas pernas se enroscam
como o abraço mortal da serpente.

Ao fim naufrago de tanto paraíso
caio entre teus braços que me agarram,
e empurram minha boca até teu púbis
fazendo chegar a tua fonte de prazer.

E amarrado na praia do deserto
procuro p navio para que venhas me resgatar,
desta ilha onde estou cativo
e é seu sonho que começa...a desnudar-me.

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