Linguas


Linguas Insanas

José Eduardo

Devidamente apresentados,
Sentados,
Uma garrafa de vinho...
Depois de discutirmos física quântica, política e a semântica...
Depois de trocarmos olhares e trejeitos insinuados...
Peço a conta.
Estamos em um quarto normal,
Dificilmente um motel,
Ainda tímidos,
Curiosos,
Ansiosos...
Minha mão,
Cuidadosamente sente a macies de teus cabelos lisos,
A suavidade de tua pele branca,
Intocada,
Desejada...
Já despidos de tanta timidez,
Contendo minha avidez,
Sinto o cheiro de teu perfume,
Em teu pescoço muitos beijos...
Toco tua boca,
Rosada,
Doce,
Nervosa...
Suavemente, mordo teus seios sem causar dor,
Calor...
Ainda perdido em teu corpo,
Beijando teu ventre,
Fico louco...
Encontro-me,
Minha língua insana,
Teu sexo profana,
Você me arranha...
De olhos serrados,
Inebriados,
Tenho um objetivo,
Paraíso...
Com o corpo contraído,
Agarrada ao lençol,
Gemidos...
Minha língua insana,

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