Incógnita

Incógnita

Cleuza

Vivo a procurar
A razão,
O motivo desta paixão
O porque de tanto te amar...

Tento esquecer,
O por que de tanto te querer
Impossível!
Quanto mais tento menos consigo.

Deito, fecho os olhos
Tento adormecer...
E você vem
Sorrateiramente me toma,
Me invade.

Sereno amante, me acaricia,
me olha profundo,
sussurra meu nome ,
diz ser meu dono...
Meu homem, meu macho,
Meu cacho...

Penso:
É sonho, mas constato:
Estou acordada.
Esbugalho meus olhos,
E lá vem você...

Em pensamento, me pega,
Me agarra, me beija.
Rola comigo,
Me exita, me deseja,
E me ama...

Como selvagem me sufoca, me cospe, me toca
E nossos corpos, como dois animais
Atarracados, exalam o cheiro do cio,
É amor, é compartilhar,
É receber,é dar,
É uma completa troca de delírios.

Que amor maluco!
Que paixão devastadora é essa?
Que dá sede, que abrasa,
Que dá ância, que arrasa.

Que penetra o corpo e chega a alma,
Num frenético dançar até que acalma
E dispara o coraçâo da gente
E pura adrenalina, regada de prazer,
Na entrega total de um amor
Além-carnal.

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