Escrava
Alexandra Schutz
Trancada em teu castelo,
A forma sombria amedronta,
Que segredo me apronta?
Barulho no teto... será vento? Será brisa?
Ouço passos...
Destranque os ferrolhos da porta,
Tire essa manta rasgada que me cobre,
Sinta as curvas desse caminho perigoso,
Siga devagar... desacelere no trecho sinuoso,
O cheiro forte, não é da morte,
O cheiro úmido e forte,
É doce e venenoso...
De ardor, até o amor,
Meu corpo é chama e flameja,
É o que você vê e deseja,
Nesse perigo eminente,
Escorraça-me, escraviza-me, mas nem tente!
Negar o desejo da carne ardente,
E todo excitação latente,
Oculta em minhas coxas...
Agora eu tenho a chave da liberdade,
Entregue ao serviço do teu desejo,
Servidão?... Pode até ser!
Sou agora, escrava do teu prazer.
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