Depravação...

Depravação

Liz Christine

Escrever poesia sobre poesia?
Seu corpo é poesia
Sua voz me domina
Tão macia
Você é matéria-prima
Se converte
em poesia
Sua voz me derrete
Você é doce melodia
Que me aquece
Toque, pele, olhar
Basta respirar
Sua respiração
me excita
Porque arte é tesão
Paixão na escrita
Quero sua penetração

Invadida
Pela criação
Fudida
Por você, paixão
Eu quero, preciso e me entrego
Te amo e não mais nego
Não nego, omitir
Não é admitir...


Nem ouse perguntar
Escrevo por estar
Sentindo
Que amar
É forte, intenso, lindo
Seu olhar
Me despindo
Vem me seduzindo
Vem... e me abraça
E me pega
Com violência, amor
Sou devassa
Minha mão escorrega


E já estou te abraçando
Seus dedos deslizam
Provocando
Prazer... arrepios... desejos
Que se concretizam
E já estou segurando
A paixão concretizada
Não está mais assustando?
Amor... continue me depravando

Depravar é alterar
E estou me entregando
Te amar
Não está me machucando

Você tinha razão...
Amor é prazer e diversão
Com conteúdo
E tesão
Profundo
Amor é tudo

Desnudar...

Deixa-me te desnudar



Yolita (Tradução Mário Faccioni)


Deixa-me te desnudar,
pouco a pouco y que
emudeça ao
contemplar-te.


Deixa-me te desnudar,
esculpirei com teus
gemidos este amor
ardente e lindo.


Deixa-me te desnudar,
com o néctar de
meus beijos, para
sucumbir em uma viagem
penetrando em minha alma
e em todo meu corpo.


Deixa-me te desnudar,
com o delicioso aroma
de minha pele, com meu
movimento que te faz
enlouquecer.


Deixa-me te desnudar,
saboreando teu suor
sentindo teu calor
com meu corpo que é
um vulcão em erupção.


Deixa-me te desnudar,
com minha paixão, com
todo o fogo que é
a brasa de meu amor.


Ao despontar a alvorada,
não pronunciaras palavra
extasiado cairás.


Entrego-te tudo,
tudo até o que
não se deve entregar.


Não te arrependerás,
Deixa-te desnudar

Sonho...

Sonho e poesia

Mariana Ferreira


Te vendo ali deitado
tão calmo e sereno
tive vontade de deitar
ao teu lado...


Como sentindo o meu olhar
distante, observando teu
corpo nu, sorriu suavemente
abrindo os olhos a me fitar...

Como num sonho suave de
amor fui andando lentamente
em tua direção fitando teus
olhos a me esperar...

Te vendo ali deitado tão
perto e tão longe...tive
vontade de jogar-me
nos teus braços...


Como que sentindo o
meu desejo saltitante
e me sentindo tão sua,
foi calmamente me abrindo teus
braços...


Como num sonho suave
de amor, fui me entregando aos
desejos nos teus olhos,
fui me deixando abraçar
pelo teu corpo...


E ali deitada em teus
braços fui sentindo o
calor dos teus lábios,
a doçura das tuas mãos,
a firmeza do teu corpo...


E ali deitada ardendo em
desejos, te amo calma e feroz,
tomando o teu corpo no meu,
sentindo teu coração disparar
querendo-me tua...


E ali deitada confundindo
nossos corpos, te sinto por
inteiro, sem medo e sem pudor
te aconchego suavemente e em
movimentos lentos e ritmados
te levo a loucura e me deixo levar...


E ali deitada entre beijos
e sorrisos, entre desejos e carinhos,
sou tua... e sentindo meu corpo
desfalecer, me inunda de vida e amor...


Me faz sorrir e até chorar,
me faz amar

Fundir...

Me fundi em ti



Juvenal López Julio (Tradução Mário Faccioni)


Desfrutando-nos, deitados sobre o pódio de Morfeo
corpo a corpo e como Deus nos trouxe ao mundo,
sem pudor nem maldade, nos gozamos sem rodeio,
as delicias, beijos e caricias desse amor profundo.


As maçãs de tu paraíso, uma por uma compartilhamos,
e minhas mãos, loucas sem controle, foram te descobrindo,
em doces melodias ao ouvido frases lindas nos dissemos
e como uma passista no carnaval, teus quadris se foram movendo.


Diante daquela cascata, como se esperava te umedeceste,
em arrebatado vai e vêm, teu coração se abriu
sem dúvidas, em meu mastro tua bandeira hasteaste,
e eu dentro de teu corpo, com intensidade me fundi.

Moto....

Moto-contínuo
Bruna Lombardi

Eu não sabia o que fazer e abri a blusa
mais tarde eu ia dizer foi sem pensar
ele me achou desnorteada, confusa
como acharia qualquer mulher que abre a blusa
e faz tudo que fiz só pra agradar

Minha cabeça não era mesmo muito certa
mulher esperta eu nunca fui, mas deveria
saber me colocar no meu lugar
não adiantava nada, eu era assim desatinada
o tipo de mulher que faz as coisas sem pensar


Você agora, me ouvindo contar essas histórias
talvez me ache, também, um pouco confusa
e eu, que faço tudo para agradar
já sem saber o que fazer abro minha blusa
como faria qualquer mulher confusa no meu lugar.

Essencia

Com a essência de minha vida


Rosario Ayllón(Tradução Mário Faccioni)

Com a essência de minha vida
desejo te presentear,
coberta de chuva fina
da minha alma de cristal.

Paixão de meu corpo que perdura
entrego-te meu ser e meu todo,
entra a profundidade de meu mar
enreda-te em minhas ondas,
goza de meus néctares
e me faça gozar.


Escreve em minha pele
um poema de amor,
com tua pluma,
ansiosa de paixão.

Segue esse texto
de paixão desmedida,
não duvides um momento
verso a verso me descreverás.

E tudo em minha pele,
diz-me te quero!
com ardente desejo
tua ortografia sobre mi corpo
deixa-me presa.

Prisioneira de teus encantos
como vais cobrindo,
com tuas belas letras
toda minha pele,
chegando a meus seios
que enorme prazer!

Segue meu amor
escrevendo sobre mim,
meu ventre te espera
com grande desejo,
tua pluma incansável
enche-me de versos.


A tinta, tua umidade,
dessa língua ardente
que desejo no mais profundo de mim
sentir e penetrar.


Sentir-te todo meu
amor da minha vida,
todo teu ser, bem dentro de mim
e sentirei a chuva ardente
em meu oceano de prazer.

Sossegar...

Sossegue coração

Paulo Leminsky

sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora


calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa

Beijos....

Os beijos emudecem os lábios


Alcibíades Noceda Medina(Tradução Mário Faccioni)


Em nosso lar
quero-te em minha volta,
emudece com te amo, os nossos lábios.
Todo nosso amor se traduz nesse instante.


A intimidade nua é maré,
todos os desejos já são realidade,
os sentidos respondem com clareza,
lentamente cada parte de mim desperta.


Há aroma de um Q nos beijos,
gratamente se cumpre os ritos,
enaltecendo o gozo complacente.


A mente se concentra categoricamente
instante, embelezado com asterisco
multicoloridos no prazer austero.

Meu Vinho...

Queres beber de meu vinho
 
Monica Menis(Tradução Mário Faccioni)
 
Queres beber de meu vinho ardente,
envolver tua língua com meus beijos
saciar essa sede de sumos proibidos,
compartilhar meus líquidos suaves e límpidos
e te deixar extasiado com meus gemidos.
 
Transgrides a lei do desejo emergente,
meus movimentos anunciam a louca paixão;
amalgama de nossos corpos em vai e vem
não pare. Faça-me teu amante fiel.
 
Dança vertiginosa que cobre teu rosto,
elixir de vinhas vertidas em taça de ouro;
sintas o aroma da luxuria cega
desprende-te agora de tua couraça raivosa.
 
O fogo reina nos pontos mais íntimos,
mãos acariciando os poros em tatos ansiosos
avivam a pele que se fundem amantes;
lava amanhecida em encostas de prazer,
estalos maravilhosos solicitam um anoitecer.

Teu Corpo...

Teu corpo claro e perfeito


Manuel Bandeira



Teu corpo claro e perfeito,
Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa... flor de laranjeira...


Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...
Teu corpo é pomo doirado...
Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume...


Teu corpo é a brasa do lume...
Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...
É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Quem em antigas se derrama...
Volúpia da água e da chama...
A todo o momento o vejo...


Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...
Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...

Tentação...


Tentação

Piero Valmart


Não me tente, ó menina,
Com essa beleza divina
Que me mostra, quase nua...
Não me tente, que enlouqueço,
E dos pudores esqueço,
Ante o que me insinua...


Há tempos que a desejo,
Sonho doido com seu beijo,
Sua boca de sedução...
E agora a vejo assim,
Projetar-se sobre mim,
Com tanta provocação...

Se me tenta, desejosa,
Qual uma gata manhosa,
Com tanta desfaçatez,
Vou deitá-la sobre a relva
E qual as feras na selva,
Possuí-la de uma vez!