Soneto II

Soneto de agosto


Vinicius de Moraes


Tu me levaste, eu fui… Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.

Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.

Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil…
E para a glória do teu ser mais franco

Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco.

Sedução

Sedução

Karla Leopoldino

sem pedir licença
você entrou na minha vida
roubou minha paz
despertou emoções adormecidas
e uma fêmea reprimida:
me assusta e me atrai
e me faz suspirar enlouquecida
e querer mais
e mais,
e mais....

Completo

Completo

Renata Fagundes


Um olhar
Um gemido
A libido
Um toque
Arrepio
A voz
Sedução no ouvido
Mas nada teria sentido
Se o coração
Não estivesse envolvido
Palavra que antecede
o pensamento
Sonhos que unificam
sentimentos
Desejo de carne
e de beijo
Vontade de pele
e de colo
Amor profano, insano
Sagrado e santo
Porque no instante que
a cama incedeia
A alma clareia

Seu Corpo

Seu Corpo

Samara Deyse

Anoiteceu
Todos se foram
Somos só eu e você
Em um universo só nosso
Ao deitar
Sinto sua respiração na minha face
Minhas mãos passeiam por seu corpo
Sua boca aproximando da minha
Com desejo
Com amor
Com carinho
Com calor
Sem palavras
Apenas gestos
Nada mais é necessário
Quando dois corpos se juntam
É instinto
Um compreende o outro
Descobrindo o que se promove nos demais instantes
As mãos se entrelaçam
Bocas respirando uma na outra
Exalando o que sentem
Transpirando desejos
Respirando tesão
Sussurrando gemidos
Até chegar no topo
O que era vivo
Morre por instantes
A mais erótica e intensa sensação
De amor, de tesão
Querem uma a outra
Por algo que vicia
E minutos depois
O ritual se inicia

Pontos Eróticos

Pontos Eróticos

Manuel Granados (Tradução Mário Faccioni)


Quero sentir tua pele molhada,
ardente como o fogo e palpitante,
sim amor, palpitante como meu coração,
quando se acelera se tu estás a meu lado,
porque excitas todo meu corpo,
Me fazendo perder cada um,
de meus sentidos e meus desejos mais passionais.

Minhas mãos despudoradas e tremulas,
percorrem com desejo todos teus ocultos e
maravilhosos tesouros mais sensuais e
teus cantinhos mais inexplorados de teu
excitante corpo, 
meus revoltosos dedos,
buscam teu precioso sexo.

Nesse delicioso e exuberante, mas,
não menos delicioso corpo escultural que,
quando o tenho em minha vista me deixo nu,
e fico louco para poder possui-lo em meus,
braços e o amar com doce loucura.

Quero amor, poder sentir sensuais e
excitantes pontos eróticos em teu corpo,
quero fazer que percas todos teus sentidos,
tua sensibilidade e fazer te aflorar,
em teus lábios carnudos, os mais deliciosos,
gemidos surdos de desejo e prazer.

Dormir

Dormir e amar teu corpo

Manuel Granados( Tradução Mário Faccioni)



Que delicioso é amor,
poder dormir contigo,
poder sentir teu sensual corpo nu
e o meu, os dois juntos
embebidos em um,
maravilhoso e sensual abraço 
com amor e paixão, 
como se os dois juntos fossemos,
a água de um mar revolto pelo prazer
e os dois quietos pela umidade do suor
e unidos pelo mas delicioso prazer do amor.

Os dois a sós cavalgando até um destino.
O mais maravilhoso destino do amor e do desejo
e olho teu belo corpo nu,
sobre os lençóis de nossa cama,
te vejo e admiro
porque ali deitada sobre nosso leito de amor
parece me pedir:
percorre e explora toda minha beleza
essa excitante beleza que te mostro,
com todo meu amor
percorre minha excitação
e toma meu umbigo para me dar prazer.

Isso é excitante e horrorosamente belo,
meus sensuais lábios de meu sexo
que estão todos umedecidos 
pelos mais deliciosos fluidos 
que tu emanas sobre o infinito,
de meus lábios desejosos e tão queridos,
que minha face não deixa escapar,
nem uma só gota do sagrado suco de teu sexo,
o qual, cada dia mais amo e desejo.

Amor, sente como acaricio tua fogosa pele,
suave, úmida e doce quanto o mel,
Um favo que saboreio com minhas mãos e
com meus dedos, 
Te acaricio com desejo,
algumas vezes tranquilo e outras,
incapaz de parar de saborear o salgado,
de teu saboroso suor e por isso te amo,
te amo com loucura e te quero.

Paixão

Paixão

Kleiton e Kledir

Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete,
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar.

Ser feliz é tudo que se quer!
Ah! Esse maldito fecho éclair
De repente, a gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar.

Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo.
Tudo que vier, vem bem.
Quando bebo perco o juízo.
Não me responsabilizo
Nem por mim, nem por ninguém.

Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume,
Faz que tenta se matar.

Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura
Em carne e osso
Deixa marcas no pescoço.
Faz a gente levitar.

Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais.
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou.